sexta-feira, outubro 20, 2006

O guardião do Barca Velha - A história do vinho - cont.

São 165 hectares de vinha em quotas baixas, junto ao Douro, e outras em altitudes superiores, à procura de diferentes níveis de maturação, em busca do equilíbrio de aromas, estrutura e acidez. A plantação começou em 1979, já por manchas varietais. Nos anos 90 chegou a fase dos clones de cada casta, num trabalho de “pormenor, para afinar aromas e sabores, em busca da excelência”, explica. Tudo com apenas sete castas: a temperamental Tinta Roriz, que resiste bem à secura, mas é muito heterogénea na produção, Touriga Franca, Touriga Nacional, alguma Tinta Barroca, um pouco de Tinto Cão e, mais recentemente, Sousão e Tinta Francisca.

As provas sucessivas são determinantes. Ainda com os mostos a fermentar, Soares Franco começa a ter uma ideia dos vinhos dos novos lotes. Talvez algum venha a ser Barca Velha, mas é preciso esperar 6 a 8 anos

O trabalho na quinta está muito voltado para o Barca Velha. Com a evolução da vinificação, há a expectativa de poder vir a declarar com mais regularidade este vinho mítico, vendido tarde, para poder evoluir, mas só em colheitas que o enólogo considere excepcionais. Esta será sempre uma gota de vinho de eleição nos 1,5 milhões de litros produzidos na Leda. Inventado por Fernando Nicolau de Almeida, o primeiro grande tinto do Douro nasceu em 1952 e, em 54 anos depois, apenas 15 colheitas foram declaradas Barca Velha. A última, de 1999, acaba de chegar ao mercado limitada a 30 mil garrafas.

Contínua.

Saudações Vinícolas

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